Saúde e bem-estar no trabalho: a responsabilidade é de todos nós

Produtividade, frequência, envolvimento e criatividade. Em um contexto onde a crise de saúde e o trabalho remoto mudaram profundamente a organização do trabalho, a questão da saúde e do bemestar ocupacional está mais presente do que nunca nas discussões. Uma pesquisa da consultoria Willis Towers Watson (WTW) apontou que, de 2015 para 2021, houve um aumento de 33% no interesse das empresas em implementar ações de saúde e bem-estar na rotina de seus colaboradores, mas, devemos pensar também na eficácia das ações tomadas, principalmente em tempos de pandemia. E não menos importante, apenas os empregadores são responsáveis por isso?

Empresa, gerentes e colaboradores: façam a sua parte!

Estresse, ansiedade, depressão, sintomas de estresse pós-traumático e burnout - em 2020, com a pandemia, 576 mil pessoas pediram afastamento do trabalho por transtornos mentais e comportamentais. Uma alta de 26% em comparação ao ano de 2019, segundo dados da Secretaria Especial da Previdência e Trabalho. O mal-estar no trabalho priva a empresa - e seus colaboradores de muitos benefícios e o impacto da saúde mental nos custos empresariais é alto porque, além de o funcionário com problemas desse tipo faltar mais, as ausências são mais longas, há uma piora nas relações pessoais e redução de produtividade. Mas como o colaborador pode administrar estresses ou ansiedades? Quem é responsável por lidar e cuidar disso? Podemos culpar exclusivamente a empresa ou a responsabilidade é compartilhada com o colaborador?

Bem-estar no trabalho: um estado de espírito acima de tudo

Saúde e bem-estar no trabalho estão no centro das preocupações. Áreas de relaxamento, atividades de integração de equipes, sessões de ioga, ou até mesmo um Gerente da Felicidade: surgem cada vez mais iniciativas desse tipo. Entretanto, a felicidade no trabalho é um conceito complexo e seria simplista limitá-la às ações tomadas pela empresa.

O que é bem-estar no trabalho? Bem-estar no trabalho é antes de tudo um estado de espírito, que se caracteriza por "uma harmonia satisfatória entre as capacidades, necessidades e aspirações do trabalhador, por um lado, e as limitações e possibilidades do ambiente de trabalho, por outro". Isso inclui, dessa forma, tanto fatores físicos (como a ergonomia do espaço de trabalho), quanto emocionais (como a sensação de satisfação, confiança ou prazer).

Esta definição da OMS destaca a subjetividade implícita ao conceito de "felicidade no trabalho", que é uma noção muito pessoal. Cada um tem sua própria ideia de felicidade, da mesma forma que cada um tem suas próprias necessidades e aspirações. Isto significa que não há lugar para a felicidade no trabalho? De forma alguma. No entanto, embora o empregador tenha um papel a desempenhar - especialmente do ponto de vista jurídico - o colaborador e o gerente também têm.

Uma responsabilidade compartilhada

Empresa, colaboradores, gerentes: todos têm um papel a desempenhar! Saúde e bem-estar no trabalho são tanto iniciativas organizacionais tomadas pelo empregador e pelo departamento de RH e, em nível de equipe, pelos gerentes; como também iniciativas pessoais e individuais tomadas pelos próprios colaboradores. Qual é o papel de cada um?

A responsabilidade da companhia

Há muitas ações que uma empresa, especialmente o departamento de recursos humanos, pode tomar para promover a felicidade no trabalho.

E isto começa na entrevista de seleção, na qual é essencial garantir que o candidato tenha tanto as habilidades necessárias quanto os valores e a mentalidade que combinem com a cultura da empresa.

Além disso, diversas iniciativas podem ser colocadas em prática para criar um ambiente de trabalho saudável e agradável. Aprendizagem continuada, programas de saúde física e mental, comunicação interna...

Além disso, no contexto atual, entre o distanciamento social e o progresso tecnológico - que às vezes nos distancia mais do que nos aproxima - a sensação de isolamento está crescendo entre os funcionários, o que tem grande impacto sobre sua saúde e bem-estar.

Neste relatório (em inglês) sobre como as empresas podem preparar a força de trabalho para o futuro, a PWC destaca o importante papel do empregador na criação e manutenção de laços sociais para fortalecer a resiliência de seus colaboradores. O mesmo se aplica à autonomia que você dá aos seus funcionários.

Você sabia que um sentimento de impotência no trabalho pode levar ao mal-estar e ser prejudicial à motivação e à criatividade? A PWC enfatiza a importância de avançar em direção a uma cultura corporativa mais capacitadora para melhorar o bem-estar, a produtividade, a satisfação no trabalho e o engajamento dos funcionários.

A responsabilidade dos colaboradores

Entretanto, a empresa não é a única responsável pela felicidade no trabalho! O colaborador tem um papel a desempenhar nessa busca. Como vimos anteriormente, a felicidade é uma atitude pessoal. Para ser feliz no trabalho, o colaborador deve, antes de mais nada se conhecer melhor e se perguntar: Minhas tarefas são estimulantes o suficiente? Ou são uma fonte de ansiedade? Eu gosto do meu trabalho? Minha relação com meu trabalho é saudável? Que habilidades eu preciso desenvolver?

Sem este trabalho introspectivo, o colaborador não pode saber o que o faz feliz. Isto se aplica tanto à vida pessoal quanto à profissional.

Uma vez que o funcionário tenha consciência de suas aspirações e necessidades (o GoodScan é muito útil para isso), cabe a ele investir em seu próprio desenvolvimento pessoal. Na verdade, mesmo que o empregador desempenhe um papel fundamental na oferta de treinamento, somente uma iniciativa voluntária e espontânea do colaborador dará frutos.

Quanto à paixão pelo trabalho, mesmo quando a empresa a impulsiona, ela depende em grande parte dos próprios colaboradores. Somente o colaborador pode decidir aproveitar a autonomia oferecida pela empresa, seguir assiduamente um curso de capacitação, ir para o trabalho sorrindo pela manhã, ser mais otimista ou cuidar da própria saúde fazendo pausas regulares, comendo de forma saudável e praticando atividade física regular. O colaborador deve ser o ator de sua própria felicidade no trabalho.

A responsabilidade do gestor

E quanto ao gerente? Do reconhecimento dos sinais de fraqueza até a demonstração de reconhecimento, escuta e ajuda aos outros, o gestor é um elo essencial para o bem-estar no trabalho.

Além dos esforços feitos pela empresa e pelo colaborador, o gerente deve cultivar um senso de pertencimento e espírito de equipe, investir no desenvolvimento pessoal de seus colaboradores e adotar uma liderança transformadora para criar envolvimento, espírito de equipe e bem-estar no trabalho.

No que se refere à saúde e bem-estar no trabalho, a palavra-chave aqui é corresponsabilidade. Todos, em seu próprio nível, contribuem para isso. E todos têm algo a ganhar com isso: um ambiente de trabalho saudável, desenvolvimento pessoal, uma marca empresarial mais forte, produtividade, criatividade e diversão no trabalho. Juntos, empresas, equipes e colaboradores podem viver felizes para sempre.

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