O que acontece quando a tua equipa não fala IA? (Spoiler: não é bonito.)
A União Europeia fez história com o primeiro AI Act do mundo. A partir de 2025, as empresas em toda a Europa (e não só) não serão apenas incentivadas a usar IA de forma responsável — para passar a ser obrigatório. E quem não cumprir quais são as penalizações? Até 35 milhões de euros ou 7% do volume de negócios global (Comissão Europeia, 2024).
Mas isto não é só uma questão legal. É também uma questão de proteção interna do teu negócio. A pergunta-chave é: a tua equipa está preparada para usar IA de forma eficaz, segura e consciente? Se a resposta for "ainda não", então talvez estejas mais exposto do que pensas.
A boa notícia? Ainda vais a tempo de preparar o terreno — com estratégia, formação e confiança.
1. Ignorar não resolve — e pode sair caro.
Quando se desconhece o funcionamento da IA, abrem-se portas a erros graves. Como aquele advogado que confiou no ChatGPT para elaborar um documento legal... com referências inventadas. O resultado? Sanção e reputação comprometida.
Segundo a Precisely, 60% dos profissionais não se sentem confiantes nas suas competências em IA. Isso significa que há muita gente a adivinhar em vez de saber. Agora imagina equipas a usar ferramentas de IA sem perceberem os preconceitos, alucinações ou limitações. Podem tomar decisões que arruínam projetos, mancham reputações ou — pior ainda — fazem-te perder clientes.
E o mais preocupante? Muitas pessoas usam IA às escondidas.
Um estudo da Kolide mostra que 89% dos profissionais usam IA generativa pelo menos uma vez por mês, mas a maioria dos gestores subestima esse número. É uma força de trabalho sombra a brincar com ferramentas poderosas — sem supervisão.
2. Prompts fracos, resultados fracos — e grandes dores de cabeça.
A IA responde às perguntas que lhe fazemos. Se essas perguntas forem vagas, o resultado também será. E é aqui que começam os problemas reais: conteúdos genéricos, erros em projeções, Prompts vagos geram respostas vagas.
Campanhas de marketing que não convencem (olá, anúncio falhado da Toys ‘R’ Us — Forbes, 2024), previsões financeiras completamente erradas ou chatbots que irritam em vez de ajudar.
A engenharia de prompts não é só uma moda — é uma competência essencial. Equipas que não sabem criar prompts claros e eficazes perdem horas a refazer trabalho. E isso é tempo — e dinheiro — perdido. Um startup perdeu mais de 10.000 dólares em receitas por confiar em código gerado por IA sem prompts detalhados e validação.
A diferença entre um bom prompt e um mau? O primeiro traz clareza e ação. O segundo? Confusão e stress.
3. Produtividade: em modo manual (e a perder a corrida).
Segundo a Vena Solutions, 73% das empresas ainda dependem de processos manuais que a IA podia automatizar facilmente. Equipas atoladas em folhas de cálculo, a gerar relatórios à mão, a responder às mesmas perguntas vezes sem conta.
Entretanto, a concorrência está a automatizar, escalar e inovar.
Mas há esperança: se treinares a tua equipa para usar IA de forma inteligente, libertam-se das tarefas repetitivas e focam-se no que realmente importa — impacto criativo e estratégico. A produtividade dispara. A motivação cresce. O negócio acelera.
Se não os treinares? Vão resistir, tropeçar ou esgotar-se. As pessoas querem ferramentas que facilitem o trabalho. O desafio? Mostrar-lhes como a IA pode fazer exatamente isso.
4. Uso irresponsável de IA — não deixes a tua empresa ser a próxima nas noticias.
Fugas de dados, falhas de conformidade e danos à reputação esperam por quem trata a IA como um brinquedo. O caso da Samsung? Engenheiros introduziram código confidencial no ChatGPT, o que levou a uma fuga embaraçosa e a uma proibição interna.
O AI Act veio elevar a fasquia: as empresas são responsáveis não só pelas ferramentas de IA que compram, mas também pela forma como as suas equipas as usam. Sem desculpas. Os reguladores exigem supervisão humana, verificação de preconceitos e transparência.
Confiar cegamente? Pode custar caro — multas, processos judiciais ou, pior ainda, o nome da tua empresa a circular pelas redes sociais pelas piores razões.
5. Medo e bloqueio: os inimigos invisiveis.
Um perigo escondido? O medo. Pessoas com receio da IA podem ignorá-la, rejeitá-la ou até ressentir-se dela. Um estudo no Reino Unido revelou que 67% dos profissionais receiam perder oportunidades de progressão se não dominarem a IA.
Sem orientação e apoio, o medo transforma-se em paralisia. E isso é talento preso no ponto morto.
6. E agora?
Hoje é um bom dia para transformar risco em oportunidade. A começar pela formação — torna a literacia em IA parte da cultura da tua empresa. Organiza sessões práticas, divertidas e relevantes. Dá às tuas equipas as ferramentas para fazerem questões assertivas, identificarem riscos e automatizar com confiança.
Cria políticas claras. Sê transparente sobre o que é permitido e o que não é. Incentiva a curiosidade, recompensa a experimentação inteligente e constrói confiança na colaboração entre pessoas e IA.
Porque não se trata apenas de cumprir uma lei. Trata-se de preparar o teu negócio para o futuro.
7. Não entres em pânico — estamos aqui para ajudar.
A sentir a pressão? Calma — ainda não está tudo a correr mal. A boa notícia? Já estamos a pensar no futuro, para que não tenhas de o fazer sozinho.
Na GoodHabitz, criámos quatro cursos práticos, divertidos e inspiradores para ajudar a tua equipa a dominar a IA — sem seca. Porque preparar a tua equipa para o futuro não tem de parecer um castigo. Pode (e deve!) ser uma oportunidade.